Viver em condomínios nem sempre é fácil, mas, acredite, o inimigo certamente não mora ao lado. A regra da boa convivência passa, incondicionalmente, pelo respeito ao vizinho. Quando isso acontece, todo mundo agradece. O Residencial Santa Helena, localizado na região Nordeste de Belo Horizonte, tem quase 800 apartamentos, distribuídos em sete edifícios, e uma infinidade de boas histórias.
No sexto mandato como síndico do condomínio, onde mora há 20 anos, o aposentado Renato da Silva Dias enumera várias delas, desde as mais complicadas, como o combate ao uso de drogas nas áreas comuns dos edifícios, até as corriqueiras, como a de convencer os moradores a não pendurarem roupas nas janelas ou a controlarem o barulho. O que ele mais gosta, porém, é de contar as iniciativas que dão certo e estimulam a arte do bem viver no Residencial.
Com uma área externa privilegiada: duas piscinas, quadras esportivas, salão de festa e um centro social, nos últimos anos, foram realizados ali programas para incentivar a socialização dos moradores. “Contamos com várias atividades que valorizam o condomínio e a vida dos seus moradores”, diz ele, lembrando que a segurança foi um item importante para a harmonia no Residencial.
As aulas de ginástica e hidroginástica, por exemplo, são compartilhadas por animados vizinhos. “No nosso Centro Social, realizamos missas dominicais, cultos evangélicos, atendimentos psicológicos e até aulas de idiomas”, conta Renato, ressaltando que o condomínio está sempre inventando novas maneiras de integrar quem mora ali. O Dia da Mulher é sempre festejado com um jantar dançante; no ano passado, a Rua do Lazer, com o apoio do Sesc, aconteceu dentro do condomínio, com monitores divertindo as crianças e diferentes atrações.
A vantagem de tudo isso é evidente: as ações aproximam os vizinhos e criam uma vida comunitária harmoniosa. “Não é raro vermos os próprios moradores organizando peladas nas quadras ou, simplesmente, conversando e caminhando juntos pelas vias do residencial”, diz Renato.
Exercício democrático
Exercício democrático
Todas as decisões do Santa Helena são discutidas em assembleias com moradores, o síndico geral e os subsíndicos de cada bloco de apartamentos. A participação é fundamental, bem como um ato simples: a leitura atenciosa do regimento interno. Renato assegura que compreender as regras e obedecê-las é o primeiro e, talvez, o mais importante passo para conviver com os vizinhos. “Também é preciso entender que o síndico tem função indispensável, mas não pode e nem deve administrar sozinho”, completa.
Responsável há quase dez anos pela contabilidade do Santa Helena, o morador Mércio Martins considera a vida em condomínio um exercício democrático. “É como na política. Tudo deve ser discutido e a vontade da maioria deve prevalecer”, pontua. Advogado, Mércio é testemunha de que as iniciativas de socialização e a melhoria estrutural no Santa Helena dão frutos. “A transformação é total. Com o tempo, a postura dos moradores é outra. Hoje, eles sentem e sabem que é dever de todos zelar bela boa convivência e pelo patrimônio que compartilham”, ressalta.
“Um grande problema nos condomínios é a crença de que o síndico é Deus”, constata Marcos Tadeu de Oliveira, que ocupa o cargo no Village Sarria, em Sorocaba (SP), formado por 93 casas. Para ele, o não envolvimento dos moradores afeta a vida em comunidade.
“Especialmente para os que nunca moraram em condomínio, falta paciência para esperar. São muito imediatistas”, reclama.
“Convoco os moradores para as reuniões até por e-mail e presto esclarecimentos sobre todos os assuntos relacionados ao condomínio”, diz Marcos. Ele destaca que o grande desafio da sua função é fazer com que as pessoas entendam que as regras estabelecidas devem servir à maioria e não apenas ao indivíduo.
“Convoco os moradores para as reuniões até por e-mail e presto esclarecimentos sobre todos os assuntos relacionados ao condomínio”, diz Marcos. Ele destaca que o grande desafio da sua função é fazer com que as pessoas entendam que as regras estabelecidas devem servir à maioria e não apenas ao indivíduo.
Marcos encontrou uma solução engenhosa para aprimorar a administração do Village Sarria. “Resolvi criar secretarias para cuidar de assuntos específicos. Cada um dos seis componentes do corpo-síndico é responsável por uma secretaria”, explica. Assim, surgiram as secretarias de Obras, Limpeza, Segurança, Relações Públicas, entre outras. Além de descentralizar o trabalho, a ideia ainda envolve um maior número de moradores, pois os secretários convidam um condômino para fazer parte da equipe.
Jornal do Síndico
Especializado em assuntos relacionados à administração de condomínios, o Jornal do Síndico surgiu há 20 anos em Salvador, na Bahia. A publicação despertou o interesse de Márcio Paranhos, que há 15 anos decidiu criar a versão mineira, com distribuição em Belo Horizonte.
Com tamanha experiência no assunto, Paranhos compara a administração de um condomínio à gestão de uma empresa. Os itens em comum são muitos – funcionários, recolhimento de tributos e de INSS, declaração eletrônica de serviços na prefeitura etc. O diretor do jornal elenca os principais motivos de conflitos: uso de vagas na garagem, barulho e presença de animais. Diz ainda que boa parte dos moradores de condomínios não participa das assembleias e desconhece as regras do local onde mora.
“Muitos não sabem, mas o novo Código Civil cita a figura do ‘condômino anti-social’. A Lei do Condomínio (Lei nº 4591/64) não falava dessa pessoa. Agora é possível que os moradores decidam em assembleia ações que coíbam vizinhos incômodos”, orienta Paranhos. O artigo 1337 do novo Código Civil é bem claro e diz que o condômino que tiver “comportamento anti-social” e “gerar incompatibilidade de convivência com os demais” poderá ser constrangido a pagar multa.
O Jornal do Síndico é uma publicação mensal entregue gratuitamente. Basta que o síndico entre em contato com a redação em sua cidade e solicite seu exemplar. Acesse o site www.jornaldosindico.com.br para mais informações.
Especializado em assuntos relacionados à administração de condomínios, o Jornal do Síndico surgiu há 20 anos em Salvador, na Bahia. A publicação despertou o interesse de Márcio Paranhos, que há 15 anos decidiu criar a versão mineira, com distribuição em Belo Horizonte.
Com tamanha experiência no assunto, Paranhos compara a administração de um condomínio à gestão de uma empresa. Os itens em comum são muitos – funcionários, recolhimento de tributos e de INSS, declaração eletrônica de serviços na prefeitura etc. O diretor do jornal elenca os principais motivos de conflitos: uso de vagas na garagem, barulho e presença de animais. Diz ainda que boa parte dos moradores de condomínios não participa das assembleias e desconhece as regras do local onde mora.
“Muitos não sabem, mas o novo Código Civil cita a figura do ‘condômino anti-social’. A Lei do Condomínio (Lei nº 4591/64) não falava dessa pessoa. Agora é possível que os moradores decidam em assembleia ações que coíbam vizinhos incômodos”, orienta Paranhos. O artigo 1337 do novo Código Civil é bem claro e diz que o condômino que tiver “comportamento anti-social” e “gerar incompatibilidade de convivência com os demais” poderá ser constrangido a pagar multa.
O Jornal do Síndico é uma publicação mensal entregue gratuitamente. Basta que o síndico entre em contato com a redação em sua cidade e solicite seu exemplar. Acesse o site www.jornaldosindico.com.br para mais informações.
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