11 de agosto de 2009
A Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, 64, líder da oposição pró-democracia em Mianmar (ex-Birmânia), foi condenada a três anos de prisão e trabalhos forçados, nesta terça-feira, por ter violado a prisão domiciliar. Porém, após o anúncio do veredicto, a Junta Militar que governa o país decidiu reduzir a pena a mais 18 meses de prisão domiciliar.
Suu Kyi passou 14 dos últimos 20 anos presa e, com a nova condenação, está impedida de participar nas eleições nacionais que a Junta Militar promete realizar em 2010.
David Longstreath-06mai.02/AP
Pró-democracia, Suu Kyi passou 14 dos últimos 20 anos sob prisão
No anúncio da sentença, nesta terça-feira, o ministro do Interior do país, general Maung Oo, disse que a pena de Suu Kyi foi reduzida com o objetivo de manter a "paz e a estabilidade" e por ela ser filha do general San. Usando um tradicional vestido birmanês de cor rosa e cinza, Suu Kyi, que permaneceu por todo o tempo com um semblante sério, segundo diplomatas presentes na sala, se despediu do tribunal com um "obrigada pelo veredicto".
O julgamento de Suu Kyi, tachado de "farsa" pelo secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, e por outros líderes mundiais, foi dominado pela obscuridade própria do regime militar e pelas dificuldades que os juízes colocaram para os advogados de defesa. Cedendo às pressões internacionais, por fim, a Junta Militar decidiu permitir acesso de diplomatas às audiências, realizadas em uma penitenciária.
Suu Kyi e o partido, a Liga Nacional pela Democracia (LND), foram vencedores das últimas eleições ocorridas em Mianmar, as legislativas de 1990. Na ocasião, Suu Kyi recebeu 82% dos votos. Entretanto, o regime militar nunca reconheceu a sua derrota. Suu Kyi é filha do general Aung San, o herói da independência do país, assassinado em 1947.
Para opositores dos militares, inclusive, a última acusação que pesa contra a Nobel da Paz, de violação da prisão domiciliar, é uma desculpa para mantê-la distante da política.
Mianmar é governada por militares desde 1962. A junta militar que comanda o país chegou ao poder em 1988, após acabar com manifestações pró-democracia e matar cerca de 3.000. Em setembro de 2007, a ditadura esmagou protestos pró-democracia no país e matou ao menos 16 --segundo organizações de defesa dos direitos humanos, foram 31.
Julgamento
O julgamento da opositora foi cercado de polêmica. Suu Kyi foi presa no último dia 14 de maio, ao lado de duas empregadas, depois de ter recebido, por dois dias, o americano John William Yettaw, 53, que chegou à casa depois de atravessar a nado o lago Inye, em Yangun, a despeito da vigilância dos policiais que guardavam a prisão domiciliar.
AP-2005
Doente, o americano John William Yettaw também foi condenado
Diante do juiz, Yettaw disse que, durante um sonho, teve uma visão de que a ativista ia ser assassinada. Ele disse que foi à casa para adverti-la sobre o perigo. Yettaw tem epilepsia e outros problemas de saúde e, durante o processo, foi internado várias vezes para receber tratamento para diabetes e insuficiência cardíaca.
Nesta segunda-feira (10), ele teve alta depois de passar uma semana internado.
O americano foi condenado a sete anos de prisão e trabalhos forçados por ter infringido as leis de segurança; mais três anos por ter violado leis de imigração; e um ano por ter nadado ilegalmente em um lago municipal de Yangun.
Mãe e filha que trabalham para Suu Kyi receberam a mesma pena da opositora, ou seja, 18 meses de prisão domiciliar.
A Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, 64, líder da oposição pró-democracia em Mianmar (ex-Birmânia), foi condenada a três anos de prisão e trabalhos forçados, nesta terça-feira, por ter violado a prisão domiciliar. Porém, após o anúncio do veredicto, a Junta Militar que governa o país decidiu reduzir a pena a mais 18 meses de prisão domiciliar.
Suu Kyi passou 14 dos últimos 20 anos presa e, com a nova condenação, está impedida de participar nas eleições nacionais que a Junta Militar promete realizar em 2010.
David Longstreath-06mai.02/AP
Pró-democracia, Suu Kyi passou 14 dos últimos 20 anos sob prisão
No anúncio da sentença, nesta terça-feira, o ministro do Interior do país, general Maung Oo, disse que a pena de Suu Kyi foi reduzida com o objetivo de manter a "paz e a estabilidade" e por ela ser filha do general San. Usando um tradicional vestido birmanês de cor rosa e cinza, Suu Kyi, que permaneceu por todo o tempo com um semblante sério, segundo diplomatas presentes na sala, se despediu do tribunal com um "obrigada pelo veredicto".
O julgamento de Suu Kyi, tachado de "farsa" pelo secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, e por outros líderes mundiais, foi dominado pela obscuridade própria do regime militar e pelas dificuldades que os juízes colocaram para os advogados de defesa. Cedendo às pressões internacionais, por fim, a Junta Militar decidiu permitir acesso de diplomatas às audiências, realizadas em uma penitenciária.
Suu Kyi e o partido, a Liga Nacional pela Democracia (LND), foram vencedores das últimas eleições ocorridas em Mianmar, as legislativas de 1990. Na ocasião, Suu Kyi recebeu 82% dos votos. Entretanto, o regime militar nunca reconheceu a sua derrota. Suu Kyi é filha do general Aung San, o herói da independência do país, assassinado em 1947.
Para opositores dos militares, inclusive, a última acusação que pesa contra a Nobel da Paz, de violação da prisão domiciliar, é uma desculpa para mantê-la distante da política.
Mianmar é governada por militares desde 1962. A junta militar que comanda o país chegou ao poder em 1988, após acabar com manifestações pró-democracia e matar cerca de 3.000. Em setembro de 2007, a ditadura esmagou protestos pró-democracia no país e matou ao menos 16 --segundo organizações de defesa dos direitos humanos, foram 31.
Julgamento
O julgamento da opositora foi cercado de polêmica. Suu Kyi foi presa no último dia 14 de maio, ao lado de duas empregadas, depois de ter recebido, por dois dias, o americano John William Yettaw, 53, que chegou à casa depois de atravessar a nado o lago Inye, em Yangun, a despeito da vigilância dos policiais que guardavam a prisão domiciliar.
AP-2005
Doente, o americano John William Yettaw também foi condenado
Diante do juiz, Yettaw disse que, durante um sonho, teve uma visão de que a ativista ia ser assassinada. Ele disse que foi à casa para adverti-la sobre o perigo. Yettaw tem epilepsia e outros problemas de saúde e, durante o processo, foi internado várias vezes para receber tratamento para diabetes e insuficiência cardíaca.
Nesta segunda-feira (10), ele teve alta depois de passar uma semana internado.
O americano foi condenado a sete anos de prisão e trabalhos forçados por ter infringido as leis de segurança; mais três anos por ter violado leis de imigração; e um ano por ter nadado ilegalmente em um lago municipal de Yangun.
Mãe e filha que trabalham para Suu Kyi receberam a mesma pena da opositora, ou seja, 18 meses de prisão domiciliar.
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