A U.S. Fish and Wildlife Service – FWS tem agora um plano radical para ajudar a caçadora: matar algumas das corujas-listradas (S. Varia) que estão vencendo suas primas pintadas na competição por comida e hábitat
por John Platt
U.S. Fish and Wildlife Service – FWS
A sempre-polêmica coruja-pintada do norte (Strix occidentalis caurina) está protegida pela Lei de Espécies em Perigo desde 1990, mas, apesar dos grandes esforços dos legisladores e conservacionistas, os números populacionais da ave continuam diminuindo. A Agência Americana de Pesca e Vida Selvagem (U.S. Fish and Wildlife Service – FWS) tem agora um plano radical para ajudar a caçadora: matar algumas das corujas-listradas (S. Varia) que estão vencendo suas primas pintadas na competição por comida e hábitat.
As corujas-pintadas ficaram famosas depois da inda-e-vinda de processos judiciais, a partir dos anos 80, em que ambientalistas tentavam acabar com o desmatamento das florestas-primárias do Pacífico Noroeste, habitat do qual dependem as corujas para seus ninhos e comida. O desmatamento em território federal foi banido em 1991, e desde então, apenas no estado de Oregon, o desmatamento caiu em 95 por cento, de aproximadamente 11,5 milhões de metros cúbicos de madeira em 1988 para cerca de 550 mil metros cúbicos em 2009, de acordo com The Oregonian. Mas mesmo com a menor destruição de seu habitat, a população das corujas-pintadas ainda não voltou a subir.
Além da diminuição de seu hábitat, a maior ameaça agora, de acordo com o FWS, é o número crescente de corujas-listradas na área. Essas aves são mais agressivas, vivem em qualquer tipo de floresta, e comem maior variedade de comida do que as corujas-pintadas, tornando-se mais adaptáveis ao terreno atual do Pacífico Noroeste.
De acordo com o último esboço de plano de recuperação das corujas-pintadas elaborado pelo FWS: “Evidência experimental limitada, estudos correlatos e copiosas informações não-comprovadas, todos sugerem fortemente que as corujas-listradas competem com as corujas-pintadas pelos locais de ninhos, de empoleiramento e por comida – e possivelmente as caçam. A ameaça imposta pelas corujas-listradas às corujas-pintadas é agora melhor entendida do que quanto estas últimas foram alistadas [como em risco de extinção]. Dado que continua a aumentar a abundância de corujas-listradas, a efetividade da ação contra esta ameaça depende de uma atitude o mais breve o possível.”
O plano de recuperação não diz explicitamente como iria controlar a população das corujas-listradas, mas o The Oregonian noticia que “durante o próximo ano, em três ou mais áreas de estudo desde o estado de Washington até o norte da Califórnia, eles devem matar 1.200 a 1.500 corujas-listradas.”
(Isso não será, de fato, uma atitude legal a não ser que se modifique as leis atuais, dado que matar qualquer coruja é contra a lei da Califórinia, a partir do Código de Pesca e Caça do estado. De acordo com o plano de recuperação do FWS, “esse estatuto pode prejudicar a capacidade de se reduzir o efeito das corujas-listradas nas corujas-pintadas na porção sul da área.”)
É uma idéia difícil, que não agrada a ninguém. “Não há vencedor nesse debate,” disse Bob Sallinger, diretor de conservação da Sociedade Audubon, de Portland, ao The Oregonian.
O esboço do plano de recuperação foi disponibilizado em setembro de 2010. Ele também menciona diversas outras ameaças para as corujas-pintadas, incluindo perda de habitat, mudança climática, incêncios florestais e regulamentações de proteção inadequadas. O plano, que diz o FWS está planejado para ser finalizado no início deste ano, recebeu mais de 11.700 comentários públicos.
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