Vulcão no Chile: saiba o que passageiro deve fazer se teve o voo cancelado

SÃO PAULO – As cinzas do vulcão chileno Puyehue levaram aeroportos brasileiros a cancelarem voos previstos para a Argentina nesta terça-feira (7). Desde que o vulcão entrou em erupção no último sábado (4), suas cinzas se espalharam por regiões do Chile, da Argentina e também do Uruguai.

Mas o que o consumidor deve fazer em caso de cancelamento? O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) ressalta que o passageiro tem direito ao reembolso integral do valor pago pelo bilhete. "O ressarcimento deve ser imediato, se a passagem estiver quitada e, se tiver sido paga com cartão de crédito com parcelas a vencer, deve seguir a política da administradora do cartão", explica o advogado da entidade, Lucas Cabette.

A coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci, lembra os consumidores de não esquecerem de pedir também o reembolso das taxas dos aeroportos e de desmarcar o hotel reservado no destino.

Agência de turismoCaso a viagem tenha sido marcada por meio de uma agência de turismo, a pessoa deve entrar em contato com a empresa, sendo que também tem direito ao cancelamento do pacote de viagem com direito ao reembolso integral.

"Se a agência quiser cobrar pelos gastos administrativos, como a ligação para outro país, ela pode. Entretanto, deve apresentar provas dos seus gastos para realizar a cobrança", alerta Maria Inês.

Em vez do cancelamento, outras opções são remarcar a viagem para uma nova data, sendo que a passagem fica apenas um ano à disposição do consumidor – "é importante ficar atento a esse período", lembra Maria Inês –, e a troca por outro destino, sem qualquer ônus.

Independentemente da escolha feita pelo consumidor, ela aconselha a realizar a troca, o pedido de reembolso ou a mudança de data o quanto antes, para evitar dores de cabeça.

Programa de milhasNo caso dos consumidores que emitiram a passagem por meio das milhas adquiridas, a coordenadora alerta que algumas empresas devolvem os pontos, mas com 10% a menos. "Não consideramos isso justo, pois penaliza o consumidor em um problema que é de força maior", explica.

Além disso, ela avisa que algumas empresas demoram de 30 a 40 dias para devolver as milhas. "O que penaliza o consumidor duplamente", inconforma-se.

Check-in feitoMaria Inês destaca que, se o passageiro já realizou o check-in e teve o voo cancelado, a empresa é obrigada a oferecer refeição, hospedagem e traslados. "Não pode deixar o cliente desamparado", salienta.

Porém, se ela não fizer isso e o consumidor tiver de pagar tudo, ele tem o direito de pedir reembolso. Para isso, deve guardar todos os comprovantes dos gastos e fazer um pedido por escrito para a companhia aérea.

Outro ponto que merece muita atenção, mas com que poucas pessoas se preocupam, é o documento que comprove o cancelamento do voo. Afinal, ele será a prova de que o cartão de embarque que você possui tem de ser trocado ou reembolsado.

"Quem tem voos internacionais para esses destinos que sofrem com as cinzas do vulcão chileno é bom se adiantar. Não espere a situação ficar ruim e já peça um cancelamento, se não tiver urgência de ir para o destino", aconselha Maria Inês. "Porém, quem quiser apostar em uma melhora da situação deve aguardar".

CanceladosPor razões de segurança, foram canceladas oito decolagens para Buenos Aires e três outros voos programados para chegar da capital argentina no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP).

Já no aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais – região metropolitana de Curitiba (PR) –, o voo da Gol 7470, com destino a Buenos Aires, foi cancelado no final desta manhã, de acordo com a Agência Brasil.

A Aerolíneas Argentinas informou que suspendeu todas as suas operações até novo aviso, por conta das cinzas vulcânicas que, segundo a companhia, chegaram até a área metropolitana da cidade portenha.